Atualmente os carros flex se popularizaram no mercado. Entretanto, apesar da opção de abastecer com etanol, são poucos os motoristas que optam por essa alternativa. Mas afinal, na hora de economizar, qual a melhor escolha: álcool ou gasolina?
Logo de início é importante esclarecer que essa pergunta não possui uma resposta absoluta. Desde que foi lançado o primeiro veículo de combustível flex produzido e comercializado no Brasil, em 2003, a dúvida sobre qual a melhor opção entre álcool ou gasolina paira na mente dos motoristas. Mesmo com mais de 15 anos no mercado, carros equipados com motor flex ainda geram muitas dúvidas.
O fato é que sim, quando temos um veículo flex é preciso ter cautela no momento de completar o tanque. A escolha entre álcool ou gasolina não deve se basear apenas no valor de venda mais baixo, que muitas vezes é do etanol. A decisão deve levar em conta diferentes variáveis, que serão apresentadas ao longo desse texto. Continue lendo e descubra se vale mais a pena álcool ou gasolina!
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Entenda a diferença entre álcool e gasolina
Antes de compreender qual escolher: álcool ou gasolina, é importante saber um pouco mais sobre cada um desses combustíveis e como eles entram na vida dos motoristas. O álcool é um combustível renovável e, considerado, ecologicamente correto. Produzido a partir da fermentação da cana-de-açúcar e outras fontes vegetais, seu preço é mais barato do que a gasolina. Por outro lado, seu consumo é maior, pois a combustão no motor acontece mais rapidamente.
Quando levamos em conta a potência, com a chegada da injeção eletrônica aos veículos, foi-se o tempo em que era preciso esquentar o motor dos carros movidos a álcool em dias frios. Desenvolvida para facilitar a vida dos motoristas, a injeção eletrônica é um sistema que alimenta e gerencia eletronicamente um motor a combustão, permitindo que ele receba somente a quantidade necessária de combustível, proporcionando uma mistura estequiométrica (combustível e ar) mais eficaz em várias faixas de rotação.
Diferente do álcool, a gasolina não é considerada ecologicamente correta, por sua origem ser no refinamento do petróleo. Outro ponto de atenção é que a gasolina é uma fonte esgotável, sofrendo diariamente o impacto de oscilações econômicas.
Em termos de consumo, é um combustível que precisa de uma potência menor do motor e, consequentemente, um tempo de combustão mais longo. Com isso, o carro desenvolve mais potência e velocidade utilizando menos combustível.
Hoje a gasolina dos postos é composta por diversos hidrocarbonetos, vendida no Brasil, com uma mistura de álcool anidro.
Você já ouviu falar na regra dos 70%?
Quando os carros flex foram lançados há 15 anos, foi estabelecido que, para ser vantajoso, o valor do etanol deveria ser até 70% do preço da gasolina. Entretanto, com o passar os anos, com a evolução técnica dos motores e do próprio etanol, foi se percebendo que esse cálculo é variável, podendo chegar até 75% para a escolha pelo álcool valer a pena.
Esse cálculo existe porque, em geral, o etanol rende menos energeticamente do que a gasolina. Em média, os carros leves mais utilizados nas ruas consomem 30% a mais com álcool do que com gasolina percorrendo a mesma distância.
Mas afinal, como fazer o cálculo e saber se o valor cobrado por álcool vale a pena? Abaixo apresentamos uma regra básica que você pode fazer toda vez que for abastecer. Veja:
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Cálculo para descobrir se vale a pena Álcool ou Gasolina:
O cálculo básico para se descobrir se o álcool é vantajoso ou não em relação à gasolina é simples. Basta pegar o preço do litro de gasolina e multiplicar por 0,75. O resultado desse cálculo corresponde à porcentagem que informamos de 75% e aí é só comparar esse valor com o valor do preço do etanol.
Quer ver como funciona na prática? Então confira:
Exemplo 1: Você chega no posto de gasolina e o valor do litro da gasolina está R$ 4,40 e do álcool, R$ 3,40. Será que vale a pena?
Vamos lá:
4,40 x 0,75 = 3,30
Ou seja, nesse caso, não vale a pena abastecer com etanol.
Vamos para outro exemplo:
Exemplo 2: Em outro posto de gasolina, o preço do litro de gasolina é R$ 4,30 e do álcool R$ 3,00.
Calcule:
4,30 x 0,75 = 3,22
Nesse caso, vale a pena optar pelo álcool.
Quer outra fórmula de cálculo? Existe! Uma outra forma de descobrir se vale mais a pena álcool ou gasolina é dividindo o preço do litro do etanol pelo da gasolina. Se o resultado for menor que 0,75, aí vai compensar colocar álcool. Se for maior, escolha a gasolina
Veja:
No exemplo 1, com o valor de gasolina por R$ 4,40 e do álcool, R$ 3,40:
3,40/4,40 = 0,77
Maior do que 0,75. Escolha a gasolina.
Já no exemplo 2, litro da gasolina custando R$ 4,30 e do etanol R$ 3,00:
3,00/4,30 = 0,69
Bem menor do que 0,75. Opte pelo álcool.
Mas será que apenas esses cálculos devem ser levados em conta?
Além do fator econômico é importante compreender um pouco mais sobre os impactos que álcool ou gasolina têm nos veículos. O etanol tem uma queima mais limpa, forma menos carbonização, mas tem uma lubricidade menor que a gasolina, então há uma tendência em forçar mais a bomba de combustível.
Outro ponto importante é avaliar seus hábitos enquanto motorista e como você utiliza seu carro. Se você dirige frequentemente apenas em trajetos pequenos na cidade, saiba que seu motor nunca chega na temperatura ideal. Com isso, ao optar pelo álcool, existe um risco de que ele irá se diluir no óleo lubrificante, fazendo com que você tenha que trocar mais frequentemente o óleo.
Por fim, o etanol é melhor para potência. Agora, em trajeto de cidade com o motor frio, a gasolina é mais apropriada. Além disso, a gasolina é considerada um ótimo lubrificante para o motor.
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Como você pode perceber, é essencial avaliar caso a caso, colocar na ponta do lápis e compreender qual a melhor escolha entre álcool ou gasolina para o seu perfil de consumo. Analise também o modelo do seu carro. Caso seu veículo ainda utilize o sistema de partida a frio, pode vir a ocorrer problemas, como envelhecimento da gasolina ou a central não reconhecer a presença de etanol no tanque.
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